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Piora externa leva dólar a maior preço em um mês

Colado ao mercado externo, o dólar comercial fechou em alta de 0,29%, a R$ 2,040, maior patamar desde 11 de outubro

O receio com o prolongamento da crise europeia e a indefinição sobre como os Estados Unidos lidarão com o chamado "fiscal cliff" (abismo fiscal) ao final do ano alimentaram a busca por proteção entre investidores, levando o dólar a fechar na mais alta cotação em quase um mês.

Colado ao mercado externo, o dólar comercial fechou em alta de 0,29%, a R$ 2,040, maior patamar desde 11 de outubro.

Segundo agentes de câmbio, rumores de que a União Europeia poderia adiar por algumas semanas a liberação de nova parcela do pacote de ajuda à Grécia, mesmo após o país aprovar nova rodada de medidas de austeridade, pesou sobre o mercado, que preferiu buscar segurança no dólar.

Para um operador, a demora no envio de ajuda à Grécia apenas prolonga a indefinição sobre o fim da crise, mantendo uma situação que é ruim para todos.

"Isso [o adiamento no envio de ajuda a Grécia]

complica tudo. Muitos bancos, especialmente europeus, têm dinheiro na Grécia. Qualquer problema por lá afetaria praticamente todos os bancos da região", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. "E ainda tem o "fiscal cliff" no fim do ano nos EUA."

Para os próximos meses, a expectativa no mercado é que a situação permaneça favorável à valorização do dólar, à medida que a crise europeia se arrasta e não surge solução para o "abismo fiscal", que pode enxugar US$ 600 bilhões da economia americana e recolocar o país em uma recessão.

No Brasil, há ainda a possibilidade de que essa perspectiva venha a limitar a entrada de recursos no país, em momento que normalmente o fluxo é negativo, por conta das remessas de lucros de multinacionais.

Para operadores, a pressão altista não deve ameaçar o teto de R$ 2,05 da banda cambial do Banco Central. "Esse olho do governo no câmbio não funciona só para evitar uma queda. Também serve para não deixar a moeda subir muito", disse Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as taxas de juros subiram puxadas pelas incertezas externas ampliadas aqui por um fator técnico. O Tesouro Nacional colocou em leilão o equivalente a R$ 4,3 bilhões de Letras do Tesouro Nacional (LTNs), títulos que pagam aos investidores taxas prefixadas.

Quem compra esses papéis garante rendimento desde que o ganho não seja corroído pela inflação. Assim, esses investidores vão à BM&F, e fecham contratos que permitem atenuar perdas com LTNs caso a inflação suba.

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